Já ouviu falar das restingas? Elas são ecossistemas costeiros, pertencentes ao bioma de Mata Atlântica, com diferentes formações vegetais distribuídas em mosaico e associadas a depósitos arenosos. Elas se distribuem de forma descontínua no litoral brasileiro por mais de 5.000 km, estando presentes nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas e Sergipe.
Sua comunidade vegetal é caracterizada como edáfica , ou seja, ela depende mais das condições do solo do que do clima. Quanto mais perto da praia, mais salino, instável e quente será o solo, o que cria uma divisão de zonas de vegetações diferentes em relação à distância do mar. Dentre elas temos os estratos herbáceo, a arbustivo e arbóreo (CONAMA 2009).
As Restingas desempenham papéis ecológicos importantíssimos para os ecossistemas adjacentes e para suas comunidades ( Guedes & Seehusen, 2011), como:
Atuam como barreira física contra a ressaca do mar, o que evita o desgaste e modificação do ambiente praial.
Na manutenção de recursos hídricos.
Abrigando espécies animais e vegetais endêmicas, ameaçadas e de importância econômica.
Servindo como ambiente de desova para tartarugas marinhas, uma espécie que chama bastante atenção pública devido aos grandes esforços para sua conservação e a ampla divulgação dessas inciativas, como o Projeto TAMAR.
Apesar de serem consideradas legalmente como Áreas de Preservação Permanente (APP) (Lei nº 12.651/2012) por serem ambientes sensíveis e importantes, as restingas sofrem constante degradação por:
Expansão urbana, que tem substituído áreas de vegetação em áreas urbanas.
Especulação imobiliária de áreas litorâneas.
Extração de recursos, como a coleta ilegal de sementes e plantas, tráfico de animais e a retirada de areia para construção civil.
Construção de rodovias, que cortam o acesso dos animais ao corredor que leva ao ambiente adjacente.
Espécies exóticas, introduzidas pela influência humana e que se aproveitam do estado de degradação para se estabelecer.
Falta de educação ambiental, que leva à falta de ação da sociedade frentes à exploração de áreas protegidas pela lei.
Sua fragilidade é justificada pelos solos extremamente secos e pobres em nutrientes (Hay et al. 1981), que tornam o retorno da vegetação em casos de perturbação bem lento.
Portanto, fica clara a função e importância ecológica das restingas e a necessidade de trazer a atenção da sociedade através da educação ambiental transformadora. Dessa forma, vamos ser capazes de frear a degradação das restingas, pois atitudes melhores serão tomadas pelo povo e comunidades do entorno, exercendo a cidadania em prol da proteção desses ecossistemas.
Referência:
CARVALHO, A. S. R. et al. Restinga de Massambaba, vegetação, flora, propagação e usos. IPJBRJ, 2018.
Participe com suas próprias publicações na Academia da Conservação. Veja aqui algumas dicas que separamos pra você!
Este é um espaço colaborativo e democrático, focado em conectar, comunicar e engajar pessoas em prol da conservação da biodiversidade. Conheça nosso time de embaixadores e curadores.